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TDAH: Como lidar com este transtorno de neurodesenvolvimento?
Publicado em 06 de outubro de 2022
Adolescentes e crianças agitados, desatentos e impulsivos são observados, muitas vezes, como jovens de personalidade difícil, sem limites ou sem educação.
No entanto, esses comportamentos podem estar relacionados a uma disfunção, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, o TDAH, que, se não for tratada, pode influenciar negativamente o cotidiano das crianças, na escola ou no ambiente familiar; prejudicando o desenvolvimento cognitivo e afetando as relações pessoais dos portadores.
O TDAH é um transtorno neurobiológico bastante comum, geralmente diagnosticado ainda na infância. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura, pois o Poliedro preparou um texto não só para te ajudar a identificar o TDAH, mas também para te ajudar a lidar com este!
O que é TDAH?
TDAH é uma sigla para se referir ao “Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade”. Essa é uma condição neurobiológica que apresenta sintomas como: agitação, desatenção e comportamentos impulsivos persistentes. Suas causas podem ter origem genética, associadas a fatores externos. Isto é, crianças cujos pais apresentam TDAH têm grandes chances de também serem portadoras do transtorno. Porém, os fatores genéticos não são considerados os únicos responsáveis pelo aparecimento dessa condição.
Geralmente, esse transtorno é observado em crianças e adolescentes, mas pode também ser reconhecido tardiamente na vida adulta. Embora não tenha cura, os tratamentos costumam ser eficazes na melhora dos sintomas e da qualidade de vida.
Hoje, observa-se que o TDAH é uma condição comum que atinge cerca de 3% a 5% das crianças em idade escolar, sendo mais recorrente entre os meninos.
Quais os sintomas mais comuns no TDAH?
Segundo especialistas, o TDAH é um dos motivos que levam muitos pais e responsáveis aos consultórios de neuropediatria. Normalmente, a desatenção, a hiperatividade ou a impulsividade podem tanto despertar um alerta e quanto podem fazer com que os pais percebam que há algo atípico com a criança.
Segundo artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, indivíduos portadores de TDAH podem apresentar as seguintes características, tanto no ambiente doméstico quanto na escola:
1- Desatenção
- Comete erros frequentes por desatenção e descuido na hora de fazer as atividades escolares;
- Demonstra dificuldade em manter a atenção no momento de executar tarefas, mesmo que sejam lúdicas;
- Frequentemente, parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra;
- Possui dificuldades de organização;
- Reluta para terminar atividades escolares ou domésticas e tem a tendência de abandoná-las;
- Evita se engajar em atividades que exijam esforço mental constante;
- Perde coisas importantes, como chaves, materiais escolares, etc.;
- Distrai-se com estímulos externos facilmente.
2- Hiperatividade
- Demonstra agitação constante e é comum que movimente freneticamente as mãos e os pés debaixo da carteira;
- Tem dificuldade em permanecer sentado na sala de aula;
- Pode querer correr ou subir em móveis em momentos inapropriados;
- Apresenta dificuldade em brincar e se envolver em atividades de lazer ou escolares que sejam calmas ou lentas;
- Fala em demasia.
3- Impulsividade
- Dá respostas precipitadas, antes mesmo de a pergunta ter sido concluída;
- Têm dificuldades em esperar a sua vez de fazer ou dizer algo;
- Frequentemente, interrompe a conversa alheia.
Essas são consideradas as três características mais frequentes do TDAH. A depender do caso, a criança pode apresentar prevalência de um tipo ou a combinação de sintomas. Sobre essas possibilidades diagnosticas, os médicos Paula Faria Souza Mussi de Andrade e Marcio Moacyr Vasconcelos esclarecem: “ocorrendo exclusivamente critérios para desatenção, estamos diante da apresentação predominantemente desatenta; ocorrendo somente critérios para hiperatividade, estamos diante da apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva; e, se preenchendo critérios de desatenção e hiperatividade, estaremos diante da apresentação combinada (ou mista). O subtipo combinado é o mais frequente e responsável por 50- 75% dos casos, seguido pelo tipo desatento que corresponde a 20-30%.”
TDAH e a vida escolar
A persistência de desatenção, hiperatividade e impulsividade, sintomas característicos do transtorno, impactam a vida social e o desenvolvimento cognitivo-comportamental da criança que podem afetar o desempenho escolar e as relações familiares.
Além disso, se não diagnosticada e tratada corretamente, há a possibilidade de o transtorno colaborar para o desenvolvimento de outras comorbidades, como ansiedade e depressão.
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Como saber se meu filho tem TDAH?
O diagnóstico do TDAH é feito por um profissional que observará, dentre outras coisas: quando os sintomas se manifestaram; se a criança os apresenta há no mínimo 6 meses em, pelo menos, dois ambientes distintos (em casa e na escola, por exemplo) e se eles são responsáveis por mudanças de comportamento e outros desajustes, como baixo desempenho na escola etc.
Caso você desconfie que seu filho possa ser neurodivergente, busque registrar as mudanças observadas por você, em casa, e converse com a equipe escolar da criança para verificar se os comportamentos se estendem também ao ambiente escolar. Se sim, busque acompanhamento especializado, com neuropediatras e psicoterapeutas.
O tratamento dependerá da avaliação médica, prescrito de acordo com o caso e as necessidades da criança.
Como lidar com o TDAH?
Caso o diagnóstico médico seja positivo para o transtorno, há algumas posturas que podem ajudar a melhorar o cotidiano familiar e a autoestima da criança:
- Comunique a escola sobre o diagnóstico para que a abordagem pedagógica do professor possa ser adaptada às necessidades da criança;
- Evite atribuir certas limitações, como falhas na atenção e dificuldades de organização à má vontade ou à preguiça;
- Desenvolva, no cotidiano, técnicas de organização que minimizem as dificuldades enfrentadas pela pessoa com TDAH, como uso de agendas, calendários, quadro de avisos, listas de tarefas etc.;
- Faça acompanhamento psicoterapêutico para que um profissional possa orientar estratégias específicas para o caso do seu filho.
- Busque celebrar as pequenas conquistas e destacar qualidades positivas, como uma forma de ajudar a criança a reconstruir a autoestima, que, muitas vezes, é abalada pelos sentimentos de frustração provenientes das limitações causadas pelo transtorno;
- Evite comparações com colegas ou irmãos;
- Não sobrecarregue as crianças com as suas expectativas.
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